domingo, 14 de março de 2010

Rui Barbosa e o ladrão de patos

Diz a história que, certo dia, chegando em casa, Rui Barbosa ouviu um barulho estranho vindo do quintal.

Ao checar a ocorrência, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação.

Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o, quando este tentava pular o muro com os patos, disse-lhe:

- Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim, pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha morada, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa.
Se fazes isso por necessidade, transijo, mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica, bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina "nada".

E o ladrão, confuso, diz:
- Dotô, resumino: eu levo ô dexo os pato?

Enviado por José Arnaldo C. Campelo em 12/03/2010.

1 comentários:

Anônimo disse...

boa muito boa esta

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