A impressão que dá, para quem vive em São Paulo, é que nunca choveu tanto.
Alguns ainda culpam a prefeitura por falta de limpeza de bueiros e por não fazer a coleta de lixo em horários estratégicos.
Outros reagem culpando o aquecimento global.
Na verdade, segundo evidências que os meteorologistas têm até agora, a culpa é de um velho conhecido: o El Niño.
O fenômeno, que ocorre em ciclos de mais ou menos cinco anos, é estudado há séculos.
Começa com o aquecimento anormal do Oceano Pacífico e desencadeia transtornos no mundo todo.
No Brasil, os anos de El Niño vêm com chuvas mais fortes no Sul, secas agudas no Norte... e efeitos imprevisíveis no Sudeste. Não há um padrão.
Este ano foi das chuvas fortes, mas nem foi um dos piores.
A temperatura no Pacífico subiu 3 graus célsius, mas já houve casos de El Niños com variação de 5 graus.
A quantidade de chuva sobre a cidade também é maior que em outras áreas, porque houve a criação de uma barreira para as frentes frias do sul bem em cima da cidade.
O grande problema é a conjunção de fatores sobre São Paulo, que intensificou as consequências do fenômeno.
A chuva é mais ou menos similar a outras de antigamente, mas a cidade tem cada vez mais concreto, mais gente, mais lixo, mais veículos... e mais vítimas.
Extraído da seção Primeiro Plano, da Revista Época de 01/02/2010.
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