E-mail recebido em 23/11, em letras garrafais e coloridas, diz o seguinte:
"Dr. RUBEM RINO é amigo nosso e excelente profissional!
Vale a pena o ALERTA para maior tranquilidade...
COM A SAÚDE NÃO SE BRINCA!
Este e-mail, veio de um setor da Beneficência Portuguesa
Medicamento proibido U R G E N T E - RISCO DE MORTE
Para quem tem crianças ou para quem faz uso regular de medicamentos, é melhor ficar de olho!
Por favor, divulguem.
O Ministério da Saúde através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, suspendeu por meio da Resolução 96, a fabricação, distribuição, manipulação, comercialização e armazenagem de medicamentos com o principio ativo denominado FENILPROPALAMINA.
A medida foi tomada depois que a 'Food and Drug Administration', (FDA), dos Estados Unidos, constatou que a substância vinha provocando adversos FATAIS em usuários americanos (hemorragia cerebral).
No Brasil a suspensão é preventiva, uma vez que não existem casos relatados..
A FENILPROPALAMINA está presente em 21 medicamentos, especialmente nos anti-gripais.
Os medicamentos suspensos são os seguintes:
1) Bernadryl dia e noite.
2) Contac
3) Naldecon Bristol
4) Acolde
5) Rinarin Expectorante
6) Deltap
7) Desfenil
8) HCl de fenilpropalamina
9) Naldex
10) Nasaliv
11) Decongex Plus
12) Sanagripe
13) Descon
14) Descon AP
15) Descon Expectorante
16) Dimetapp
17) Dimetapp Expectorante
18) Ceracol Plus
19) Ornatrol
20) Rhinex AP
21) Contilen
Solicito, pois, a todos que estejam utilizando qualquer medicamento da lista acima, que suspendam a medicação e procurem o seu médico para maiores detalhes.
Atenciosamente,
MAURICI ARAGÃO TAVARES
Médico do Trabalho
CRM.SP.33006
POR FAVOR REPASSEM."
Enviado por Norma Meneguelli em 23/11/2009.
Vamos agora às análises:
1º) O Dr. Rubem Rino (1ª referência do e-mail) realmente existe, como você pode ver clicando aqui. É um cirurgião vascular, o que faz sentido quando se fala em alerta de hemorragia cerebral.
Mas quem assina a mensagem não é ele, é um tal de Maurici Aragão Tavares, que diz jamais ter escrito esse alerta, como você pode ler neste artigo publicado no site da Editora Cidade Nova. Entretanto, encontrei no site Farsas de Web este outro artigo que diz que ele mesmo escreveu a mensagem e que ela foi distribuída em uma rede interna da empresa em que trabalhava. Por algum motivo, a mensagem "vazou" e espalhou-se pela Web.
2º) O nome correto da substância é FENILPROPANOLAMINA e não FENILPROPALAMINA.
3º) Apesar do fato de que o remetente possa ter sido forjado (o Dr. Maurici foi até processado por alguns laboratórios), a proibição realmente ocorreu no ano de 2000 e, segundo a assessoria de imprensa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), foi solucionado na época. Tanto é que a substância não existe mais no Brasil, e os remédios mencionados na lista tiveram a sua fórmula alterada e não o contém mais.
4º) O grande problema é que nove anos se passaram e a mensagem continua circulando pela Web. Resultado: pessoas podem estar assustadas e deixando de tomar medicamentos por causa dela.
5º) Só há perigo se você ingerir algum desses medicamentos que estava guardado em casa antes da proibição e, como a validade do remédio é de 4 anos - em média -, é pouco possível que se tenha algum com essa substância. Se tiver, estará vencido e quanto a isso, os médicos são enfáticos: Não tome medicamento com prazo de validade vencido!
6º) E pra ter certeza mesmo, fiz uma consulta por e-mail ao Dr. Ronerley Bachichi, renomado pneumologista e especialista em cirurgia torácica, que me respondeu o seguinte:
"Esta notícia é enganosa. O principio referido não está na constituição de vários desses medicamentos. Há algum tempo a ANVISA retirou de circulação aqueles que possuíam este componente. Se você ler as bulas verá que já não existe mais. A verdade é que tem gente trabalhando camufladamente para a indústria farmacêutica concorrente, divulgando boataria."
Conclusão: Não repasse!
A mensagem era verdadeira quando foi criada, mas hoje não tem mais fundamento.
Fontes consultadas:
Farsas da Web (http://www.e-farsas.com)
Primeira Mão (http://www.primeiramao.com.br)
Editora Cidade Nova (http://www.cidadenova.org.br)
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