Antigamente, no Brasil, para ter melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo.
Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse.
Porém um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou.
O que fazer agora?
A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor.
No dia seguinte, encontraram o melado azedo fermentado.
Não pensaram duas vezes: misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo.
Resultado: o "azedo" do melado antigo era álcool, que aos poucos foi se evaporando e formando no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente.
Era a cachaça já formada e que pingava do teto. Daí o nome: pinga.
Quando a pinga batia nas suas costas marcadas com as chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o nome de 'água-ardente'.
Caindo em seus rostos escorrendo até a boca, os escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar. E sempre que queriam ficar alegres, repetiam o processo...
Com o tempo a fabricação da cachaça foi sendo aprimorada e caiu no gosto da população em geral.
Cachaça, pinga, aguardente, caninha, goró, manguaça, branquinha, mé, marvada, água que passarinho não bebe... vários são os nomes utilizados pelo país.
Hoje é artigo de exportação.
História contada no Museu do Homem do Nordeste (Recife-PE).
Enviada por Lucia Miranda em 04/10/2009.
Quer saber mais sobre a pinga, um pouco de história das bebidas alcoólicas antes da cana-de-açúcar ter sido trazida ao Brasil pelos portugueses?
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