sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Verificar é preciso

É muito importante fazer sempre uma verificação antes de repassar uma mensagem.

Na dúvida, é melhor mandar para a lixeira virtual, ou enviar para alguém que esteja disposto a fazer a verificação para você.
No Brasil, há um site especializado em prestar esse serviço, gratuitamente. Trata-se do e-farsas.com, criado e mantido pelo analista de sistemas Gilmar Henrique Lopes, de São Paulo.
Sozinho, ele já desvendou mais de 300 mitos propagados por correntes de e-mail.

"Tirando os lixos eletrônicos, recebo, em média, 500 e-mails diários com sugestões, críticas e pedidos, sobretudo de pessoas que querem que o e-farsas.com pesquise alguma história ou foto que elas receberam. Oitenta por cento desseas mensagens são falsas!", afirma Lopes. Seus métodos de pesquisa são buscas no Google, envio de e-mails a pessoas supostamente envolvidas nas histórias e, quando necessário, telefonemas.

Entre os maiores mitos difundidos estão as afirmações de que, repassando uma mensagem, você vai ajudar pessoas doentes ou necessitadas em algum local distante. Também costumam ter grande fôlego e-mails que alertam sobre supostas novas modalidades de crimes espantosos e que difamam produtos famosos que fariam mal à saúde.

Existe, ainda, as mensagens que fazem alarde sobre vírus de computador inexistentes. Uma das mais famosas afirmava que quem abrisse um e-mail com o título "Good Times" teria seu computador infectado. Essa lenda urbana foi esclarecida pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos, que possui uma divisão especializada em segurança de computadores, o Department of Energy Cyber Incident Response Capability.

Em 1995, o órgão já publicava uma nota explicando que não é possível ter o computador infectado apenas abrindo e-mails. O risco está em abrir arquivos anexos suspeitos ou clicar em links desconhecidos.

De acordo com João Eduardo A. Vieira, professor da Fatec e criador do antivírus brasileiro AVWare (www.avware.com.br), o principal objetivo dos vírus de computador é o roubo de dados pessoais dos internautas.

Essas informações podem ser utilizadas para o envio de publicidade indesejada ou aplicação de golpes bancários, por exemplo. O segredo, segundo ele, é não abrir arquivos anexos com as seguintes extensões: EXE, SCR, BAT, COM.

É importante também ter muita cautela com e-mails supostamente enviados, por exemplo, pela Justiça Eleitoral, pelo Serasa, por bancos, pelos Correios etc. Normalmente, essas instituições conhecidas não enviam e-mails solicitando qualquer tipo de informação, como muitas já afirmaram em notas de esclarecimento.

O objetivo desses e-mails falsos é criar uma aparência de confiabilidade que faça o usuário clicar em links maliciosos que podem infectar o computador. Vieira dá ainda outras dicas: "Primeiramente use sempre um antivírus. Cuidado com e-mails que indiquem links suspeitos, eles podem ser encaminhados para je.vieira@viruslab.com.br e faremos a pesquisa. Não navegue em páginas desconhecidas".

Correntes de e-mail têm esse nome justamente pela sua capacidade de se reproduzirem indefinidamente, por anos a fio. Muitas vezes, elas são utilizadas para compilar listas contendo milhares de e-mails, que depois são vendidas para empresas de pequeno porte que desejam fazer publicidade por correio eletrônico.

Segundo Rodrigo Colares, diretor do Instituto Brasileiro de Política e Direito da Informática, essa é uma das principais finalidades das correntes. Ele acredita que o Brasil precisa de uma legislação a esse respeito, como as existentes na Europa e nos Estados Unidos. "É impossível regulamentar o envio de e-mails, mas uma lei que proibisse a coleta de endereços eletrônicos poderia ter resultados efetivos".

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