Hoje pela manhã, depois de algum tempo, fiz um pequeno e rápido percurso de metrô pela linha verde aqui em São Paulo.
Já fui usuário dessa linha por um bom período, quando ainda havia lugares disponíveis quando se embarcava.
Embora já não seja quase possível conseguir um lugar ao menos em pé, notei um fato curioso, que já vinha observando àquela época, mas que agora tornou-se uma tática muito mais aprimorada.
Ela é aplicada quase sempre por jovens descolados, mas por quase todos. Nos meus tempos de ida e volta, isso acontecia esporadicamente, mas agora parece que todo mundo aprendeu.
Então vai aqui a receita para que você, caro leitor, caso necessite fazer uma viagem no metrô de São Paulo (principalmente nos horários de pico), vá sentado e não fique sujeito a amassos, empurrões e fungadas alheias:
1) Ao embarcar, se não houver assento disponível (e é quase certo que não haverá) procure um banco azul e sente-se rapidinho
Esses bancos geralmente estão próximos às portas e há sobre eles uma placa dizendo que são preferenciais; pura bobagem, ignore-a e sente-se, antes que algum espertinho faça isso antes de você. Ao terminar de ler, você vai entender que banco preferencial não existe...
Se não houver banco azul disponível, há duas alternativas: se não for descer logo, fique próximo a um deles (observe quem está atento e aparenta que vai descer logo) e sente-se logo que o ocupante levante-se; se for descer logo, fique próximo às portas (lá também tem umas plaquinhas com algumas recomendações, mas pode ignorá-las...).
2) Se tiver um rádio com fone de ouvido ou só o fone de ouvido, coloque os fones (mesmo que não haja rádio, eles vão servir de tampão para que você não ouça a barulheira do trem)
Fones de ouvido servirão como justificativa para que todos acreditem que você não está ouvindo nada à sua volta.
3) Feche os olhos e durma
Cuidado: "durma", aqui, significa "simule uma soneca".
Afinal, qualquer idiota sabe que não se pode dormir num metrô, onde os percursos são rápidos e dormir significa quase sempre perder a estação de destino.
Além disso, para tornar a tática infalível, coloque a mão sobre os olhos.
Isso provará que, além de estar com os olhos fechados, não será possível ver nada à sua frente.
Melhor que isso, só se você tombar a cabeça para trás ou para a frente, dando a impressão de que você apagou mesmo.
4) Ignore tudo ao seu redor, só fique atento ao nome da próxima estação
Claro que, se você não está ouvindo nem vendo nada, não terá que se preocupar com idosos, grávidas, deficientes e outros passageiros inconvenientes que possam eventualmente embarcar e querer estragar o seu merecido descanso.
5) Na hora de descer, acorde espantado e levante rápido
Desnecessário dizer que trata-se de outra simulação, mas faz as pessoas acreditarem que você acordou de repente, bem na hora da sua estação e que por isso você é um sujeito de muita sorte.
Uma dica adicional que termina com chave de ouro:
Se na hora de levantar para descer, você notar algum desses passageiros inconvenientes por perto, chame-o para sentar-se onde você estava.
Isso vai fazer parecer que você só viu ele agora e está levantando pra dar-lhe o lugar e algumas pessoas ainda vão pensar que você é educado e sensível.
É isso! Daqui pra frente, se você andar de metrô em pé, é porque quer.
Quem disse que viver acumula experiência? Essa eu aprendi com a juventude...
Esse pessoal sabe das coisas...
2 comentários:
kkkkkkkkk...aqui na minha cidade não tem metro, mas essa é usada aqui tb no "busão"...técnicas usadas para garantir a saude fisica e metal..kkkkkkk
É assim que a corrupção se cria... Bom começo! Desrespeitando o direito dos outros! Parabéns!
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