Entenda o papel da genética e da alimentação no surgimento da doença.
Genética
Num Congresso, especialistas apresentaram um estudo com 748 pessoas, incluindo profissionais de saúde, e 90% do grupo disse acreditar que a genética aumenta significativamente o risco de câncer. "Na realidade, apenas 5% a 8% dos tipos de câncer são, dependendo de sua localização, de fato causados por um gene herdado", afirma o oncologista Artur Malzyner, da Clinonco, de São Paulo. De acordo com o oncologista, a confusão provavelmente se dá porque existem fatores externos, como o tabaco, o álcool e substâncias presentes no plástico (como o bisphenol A) que causam a mutação dos genes, servindo como gatilho para um câncer. "Mas existem tipos de câncer com predisposição mais alta em caso de doenças de cunho genético, é o caso da polipose familiar do cólon (crescimento que se projeta da parte interna do cólon ou do reto)", diz o especialista.
Enviado por Lucia de Fátima Miranda em 24/10/2012.
Dieta desintoxicante
Quando questionados sobre como reduziriam seu risco de câncer, 27% dos entrevistados acreditavam que colocar em prática uma dieta de desintoxicação seria um bom método, enquanto 64% achavam que a comida orgânica protege contra o câncer. O nutricionista Fábio Gomes, do Instituto Nacional do Câncer (INCA), explica que o agrotóxico provoca vários problemas de saúde, mas a relação entre eles e o aparecimento do câncer ainda não é certo. Na dúvida, alimentos orgânicos continuam sendo a opção mais segura.
Carne vermelha
Cerca de 40% dos entrevistados desconhecia a relação entre o consumo da carne vermelha e o aumento do risco de câncer. Vários estudos já revelaram que comer muita carne vermelha pode ser prejudicial à saúde. Um deles, realizado pela Universidade de São Paulo e apresentado no Congresso da Sociedade Americana do Câncer, aponta o alimento como fator de risco para o câncer de intestino. A pesquisa revelou que quem consome carne bovina ou suína diariamente, em qualquer quantidade, apresenta 35% mais chances de desenvolver câncer de intestino grosso.
Carne processada
Está aqui um dos fatores de risco mais conhecidos, 85% dos participantes sabiam do risco de ingerir carne processada. O nutricionista Fábio Gomes explica que linguiça, salsicha, bacon e até o peito de peru contêm quantidades consideráveis de nitritos e nitratos. Essas substâncias, em contato com o estômago, viram nitrosaminas, capazes de promover mutação do material genético. "A multiplicação celular passa a ser desordenada devido ao dano causado ao material genético da célula. Esse processo leva à formação de tumores, principalmente do trato gastrointestinal", explica Fábio Gomes.
Telefone celular
Para 68% dos participantes da pesquisa, existe relação entre a radiação liberada pelo telefone celular e o desenvolvimento de câncer. O oncologista Artur explica que, de fato, existe tal associação (principalmente com tumores cerebrais) e que, apesar de discreta, ela merece atenção. A pedido da Organização Mundial de Saúde, 31 cientistas de 14 países revisaram estudos sobre a segurança do uso de telefones celulares. Os especialistas encontraram evidência suficiente para caracterizar o uso do aparelho como "possivelmente cancerígeno para humanos".
Obesidade
Apenas 32% dos participantes da pesquisa e 41% dos profissionais de saúde sabiam que a obesidade é um fator de risco para o câncer. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de um terço dos casos de câncer no mundo podem ser relacionados à obesidade. O oncologista Artur lembra que a obesidade, além de ser um hábito passado de pai para filho, também pode ser transmitida geneticamente. "Os hábitos que causam a obesidade, como a alimentação rica em gorduras e a falta de atividade física, afetam a família inteira", diz o médico.
Estresse
Mais de 90% dos participantes do estudo apontaram que o estresse pode ser o causador de câncer e eles estão certos. Alguns estudos já demonstraram que o estresse pode causar câncer indiretamente por enfraquecer o sistema imunológico e encorajar a formação de novos vasos sanguíneos para vascularizar o tumor. Outro estudo, publicado no The Journal of Clinical Investigation mostrou que hormônios como a adrenalina, liberada no momento de estresse, podem influenciar o crescimento e a metástase do tumor. A dica no especialista, entretanto, é para evitar o alarme exagerado. "Você precisa se autoconhecer, diferenciando situações de tensão comuns no dia a dia do estresse crônico, que causa alterações no organismo", afirma o oncologista Anderson Arantes Silvestrini, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.
Roupas apertadas
Roupas apertadas também foram citadas pelos participantes da pesquisa como um fator que aumenta a incidência do câncer. Segundo os pesquisadores do estudo e os especialistas entrevistados, não existe qualquer relação entre roupas apertadas e o desenvolvimento de tumores. O oncologista Anderson conta ainda que não há qualquer ligação entre a compressão, no caso o sutiã, e o câncer de mama.
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